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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

I Ching - Hexagrama 53 - CHIEN


I Ching - Hexagrama 53 - CHIEN - Desenvolvimento (Progresso Gradual)


Uma árvore na montanha se desenvolve devagar, segundo as leis de sua natureza, e assim mantém-se firmemente enraizada. Isto sugere a idéia de um desenvolvimento que avança gradualmente, passo a passo.

(fonte: I Ching - O Livro das Mutações. Prefácio de C. G. Jung. Tradução do chinês para o alemão, introdução e comentários de Richard Wilhelm. Tradução à edição brasileira de Alayde Mutzenbecher e Gustavo Alberto Corrêa Pinto. São Paulo, Pensamento, 1989, p. 164)

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Desenvolvimento diz respeito ao progresso conquistado nas situações difíceis do nosso destino. Progresso gradual é o meio pelo qual a trajetória desfavorável dos eventos, produzida por atitudes incorretas, pode ser modificada ou revertida. Através do progresso gradual, tanto os grandes como os pequenos problemas da vida podem ser resolvidos.

O progresso e a mudança são necessariamente lentos, porque o crescimento é um processo orgânico. Os processos orgânicos requerem perseverança e fidelidade, uma vez que só são completados pelo trabalho em harmonia com as forças naturais.

(...) O desafio principal é representado pelo tempo. Ficamos com a sensação de que a espera é interminável. Este desafio só pode ser superado pela tenacidade.

(...) Entre os inúmeros atributos discutidos no decorrer do I Ching, a tenacidade é vista como superando todos os assaltos por parte das forças negativas. O eixo da roda, sendo um ponto estacionário ao redor do qual giram os raios, é dado como exemplo de algo capaz de mover cargas pesadas. Assim como as estrelas permanecem em seus lugares, nas respectivas constelações, o Sábio, através da constância, alcança poder definitivo. Constância significa não permitirmos que o ego ou os inferiores nos desloquem do centro de nosso equilíbrio. Isto também significa que não reagimos ao que os outros façam ou deixem de fazer. Conseguimos levar a cabo a tarefa de corrigir nossa própria esfera, porque vemos que, se todos agirem nesse sentido, haverá ordem e justiça na vida, o sofrimento será amenizado. (...)

O esforço em manter a consciência de caráter durante este lento crescimento orgânico permite o desenvolvimento da pessoa, até que ele fique fortemente enraizado, como a árvore. A estatura e tranqüila dignidade da pessoa são um exemplo para todos os que se desenvolvem à sua volta. (...)

(...) Costumamos receber repetidamente este hexagrama quando estamos impacientes, como um sinal para analisarmos o motivo de tal pressa e também impedirmos as pressões do ego, geradoras da impaciência. Se estamos impacientes é porque ainda não chegamos a um acordo com o Destino. Não confiamos no rumo por ele tomado, achamos que estamos presos irremediavelmente num buraco, que não há outro jeito senão forçarmos a situação, agindo à nossa maneira. Nosso ego (coração infantil) prefere fazer alguma coisa a não fazer absolutamente nada. Ser paciente e aceitar é ficar em harmonia com o Destino.

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O Sábio é aquele (aquela ou alguma coisa) que fala através do I Ching.

Destino é a trajetória dos eventos, até certo ponto provocada por nossas atitudes. Partindo dos fenômenos duais, o Sábio e o Destino levam as coisas a uma conclusão.

Inferiores são impulso corporais e emocionais manifestados freqüentemente como vozes interiores.

(fonte: Carol K. Anthony. O Guia do I Ching. Tradução de Luísa Ibañez. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990, p.308-310, 375)

(fonte imagem: www.lucimensagens.blogspot.com)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

I Ching - Hexagrama 52 - KEN



I Ching - Hexagrama 52 - KEN - A Quietude (Montanha)


Quietude significa aquietar o "pensamento" do coração. No I Ching, diz-se que o coração pensa quando nossas emoções são espicaçadas. O coração infantil pensa em termos de carências e necessidades, bem como naquilo que detesta e quer evitar. Ele também pensa na defesa de quaisquer pretensões que possamos ter adotado; desta maneira, é também o pensamento egoísta da vaidade, do orgulho. Ele mede constantemente a direção e o ritmo dos eventos, para verificar se seus objetivos estão sendo favorecidos. A finalidade da "quietude" é aquietar esta frenética e concentrada atividade mental.

Se nos desligássemos por tempo suficiente para ver tais pensamentos com objetividade, perceberíamos que nascem dos medos do eu físico, alguns deles conscientes, outros inconscientes. O I Ching reconhece tais pensamentos como as vozes "dos inferiores". (...) Quietude também simboliza a maneira de meditar do I Ching, que requer da pessoa um estado de vazio interior, um esvaziamento sistemático das vozes ruidosas dos inferiores. (...)

Para o estudante sério do I Ching, a prática diária da meditação é essencial. Através da meditação, executamos a purificação interior que nos devolve a pureza e inocência; liberados de pensamentos que geram inquietação e surdez interior, voltamos a ficar alertas e atentos interiormente, o que nos permite interagir com os outros de modo criativo. Ao nos libertarmos das preocupações dos inferiores, limpamos nossa casa interior. Da mesma forma como nossa casa exterior fica suja por vivermos nela, nosso espaço mental interior fica atravancado com preocupações alheias e desnecessárias. Estas podem consistir de sistemas de crença, preocupações, fantasias e falsas idéias, que nos impedem a obtenção da paz e harmonia interiores. A limpeza interior implica que há um desligamento do mundo e de suas preocupações preponderantes, um desligamento em relação ao sistemas de crença. Afastamo-nos também de raivas e hostilidades antigas e qualquer ressentimento por injúrias recebidas de outras pessoas; rejeitamos todas as filosofias de negação, as simpatias e antipatias triviais. (...) Desta maneira, ficamos livres da enorme carga que significa levarmos conosco todo esse lixo mental.

(fonte: Carol K. Anthony. O Guia do I Ching. Tradução de Luísa Ibañez. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990, p. 301-304)
(fonte da imagem: www.flickr.com/photos/vidadedevidro)

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Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e ele tudo fará. Salmo 37;5.

Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6;33.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

I Ching - Hexagrama 25 - WU WANG



I Ching - Hexagrama 25 - WU WANG - Inocência (O Inesperado).

O homem recebeu do céu uma natureza essencialmente boa, para guiá-lo em todos os seus movimentos. Entregando-se a esse princípio divino dentro de si, o homem alcança uma inocência incontaminada. Ela o conduz ao bem com certeza instintiva e livre de intenções ulteriores de recompensa ou vantagem. Essa certeza instintiva traz supremo sucesso e "favorece através da perseverança". Mas nem tudo o que é instintivo é também natural, nesse sentido mais elevado da palavra, mas somente o que é correto, aquilo que corresponde à vontade dos céus. Uma forma de agir instintiva e irrefletida, que não possua retidão, só poderia causar infortúnio. Confúncio comentava a respeito: "Onde irá aquele que se afasta da inocência? A vontade e as bençãos dos céus não acompanham seus atos".

(fonte: I Ching - O Livro das Mutações. Prefácio de C. G. Jung. Tradução do chinês para o alemão, introdução e comentários de Richard Wilhelm. Tradução à edição brasileira de Alayde Mutzenbecher e Gustavo Alberto Corrêa Pinto. São Paulo, Pensamento, 1989, p.94-95)

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Perdemos a inocência se "olhamos para a frente", se "olhamos para trás" ou "olhamos para o lado". Nós olhamos para a frente quando buscamos nos proteger de resultados imaginados em situações presentes e também ao procurarmos meios de desfazer o que fizemos, e de alcançar maior progresso. Olhamos para trás quando nos congratulamos. Inclusive, se nos culpamos (ou culpamos o Destino ou o Sábio) por eventos do passado. Olhamos para o lado se comparamos nossa situação ou ritmo de progresso com os de outras pessoas. Não devemos adotar estas maneiras de agir, mas dar atenção apenas às necessidades do momento.

(...) Este olhar para o lado, para a frente ou para trás, fruto de nosso coração infantil, leva-nos constantemente a medir, desejar, antecipar, esperar e temer. Tal atitude provém do medo do Desconhecido, de dúvidas sobre nós mesmos e o Criativo; leva-nos a criar problemas imaginários e a avaliar situações incorretamente. Faz-nos decidir quanto esforço devemos empenhar para chegar ao sucesso e, portanto, induz a um comprometimento reticente com o bem. Semelhantes avaliações fazem nascer fantasias nas quais as situações são visualizadas de maneira específica, com a intenção de atingir o objetivo. Então, nossos (sentimentos) inferiores exigem que façamos o que eles julgam necessário, a fim de que os eventos marchem naquela direção. Todos estes meios de defesa, estas maquinações e evasivas são o oposto do obtido quando atuamos com inocência. Atuar com inocência é agir com mente clara, pura e vazia, num comprometimento incondicional com o bem. Quando as sombras da dúvida prevalecem, devemos retrair-nos para um estado mental "em branco", dispersando todas as reações negativas à maneira como as coisas parecem acontecer. Para manter a inocência, devemos nos libertar do presente e permitir que as mudanças aconteçam como devem acontecer. Hoje, o estado mental correto é a aceitação; para amanhã, o estado mental correto é a inocência.

(...) Finalmente, a inocência se refere a uma mente não estruturada. Essa mente desestruturada pode, então, enfrentar com equanimidade os bons e os maus eventos. Ela nem se lança entusiasmadamente nas decisões, como não rejeita a experiência, por medo e temor. Ela não busca a proteção de sistemas grandiosos de crença, simplesmente porque eles parecem resolver confortavelmente as ambigüidades. Isto não significa que não tenhamos qualquer ponto de vista. Graças aos ensinamentos do Sábio, acolhemos uma situação turbulenta e abaladora como uma curva no caminho; olhamos para as obstruções como oportunidades para pensar em novos termos. A mente desestruturada indaga, a cada nova experiência: "O que posso aprender disto?" Para essa mente, a vida é um professor. Isenta de negação, a mente não estruturada e inocente permanece independente e livre.

(fonte: Carol K. Anthony. O Guia do I Ching. Tradução de Luísa Ibañez. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990, p.159-162)
(fonte imagem: www.luzdegaia.org)

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Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no Senhor e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega teu caminho ao Senhor, confia nele e ele tudo fará. Salmo 37; 3-5.


Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos e ele endireitará as tuas veredas. Provérbios 3; 5-6.


Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6;33.
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